sábado, 4 de março de 2017

Um caminho de salvação chamado dança

Dada a minha eterna luta com o corpo, saor só para comer era algo muito complicado durante o casamento.

Pensando nas inumeras oportunidades que o Rio de Janeiro oferece para samba e forró fomos eu e o bosta fazer aulas.

Eu entendo que pro homem o dançar seja mais dificil. Um homem que conduz bem te leva aos céus e obvio, pro cheio de ma vontade, não rolava continuar.

Quando o carrinho de rolimã do fim apontou no topo da ladeira do casamento eu voltei para a escola de dança do Jaime Aroxa. Segunda a sexta eu estava ali. Eu precisava daquilo. A forma como a escola conduz as aulas te obriga a buscar a melhor mulher dentro de você, a mais linda, a que quer brilhar. Naquele momento era difícil demais mas eu não desisti.

7 anos nessa estrada e hoje meu 2017 está repleto de festivais de forró europa afora....e por que? Porque eu quero conhecer algo novo e a noite ter prazer, uma alegria visceral, uma satisfação.

Gonzagão jamais poderia imaginar o seu "chora sanfona sentida" mundo afora repetido em tantas diferentes linguas. Eu me emociono, é lindo demais.

Quanto ao me encontrar, demorou, mas hoje eu não tenho medo de errar o passo, eu quero dançar e achei o equilibrio entre ser a melhor e ter alegria. É lindo e mágico.

Experimente...a música opera milagres.

quarta-feira, 1 de março de 2017

E viveram desamados para sempre (ou o luto do divórcio)

Entre mil e um pensamentos sobre esse tema, o qual eu volto sempre, uma coisa é certa: no dia que disse ao meu então marido que aquilo que ele oferecia não cabia com a vida que eu queria ter, eu estava escolhendo me dar uma chance. Eu merecia um recomeço e eu tinha que cortar o laço.

Nos meus inumeros diálogos internos ser infeliz para sempre e viver de aparencias não cabia no que eu acho ser minha razão de existir.

Levar poucos meses uma grande mentira me era muito sacrificante, a energia da vida se esvaia. Não é drama, é real, visceral.

No purgatório chamado pós divórcio, eu entendi porque muita gente prefere o infelizes para sempre, o estável, o seguro. O buraco negro que te suga quando você anuncia que o relacionamento terminou é bizarro. É mais que normal não querer entrar nele.

No dia que você se diz: hoje acabou tem muito mais coisas acabando junto mesmo que você não se dê conta:

- morrem todos os seus sonhos de menina
- morre sua esperança de que é possível viver um amor
- morre a esposa que você se fez
- morre toda expectativa posta sobre o casal (e lhe é cobrada eu garanto)
- morre um pouco de você

Eu demorei anos para escrever porque o luto não é pequeno e o tempo dele é muito pessoal. Não há foda do exorcismo que cure de imediato. Não funciona assim, palavra de onça.

Entenda que por mais que você termine sua relação porque o outro era um bosta, a sua parte de ter escolhido permanecer anos, meses ou dias com o bosta, conta como 50% da culpa sobre a sua dor. Perdoar isso é muito trabalhoso.

Eu queria e quero continuar a escrever sobre isso e vou fazê-lo aos poucos. Talvez alguém leia, talvez alguém esteja agora onde eu estive em 2009 e eu gostaria muito d ter sabido tudo que viria depois.

Se você está lendo  esse texto porque esse é seu momento, eu te garanto, a cada dia que você viver no novo mundo, um pouco da pessoa que você era vai sair de você. Não tenha medo. Dê boas vindas ao futuro, você está se dando uma chance e merece flores.

Coragem