Hoje eu pensei muito nas outra 38 paulas que eu fui (usei os anos para facilitar as contas mas foram muitas faces).
Toda vez que eu passo por ondas de choro (que não são poucas), eu penso nos tantos outros choros e dou uma relida naquelas dores.
Hoje, recém saída de uma das ondas, eu pensei: se eu contasse para a Paula que com o passar dos anos tudo doerá menos, ela não acreditaria. É, eu sou setembrina, São Tomé, eu jamais acreditaria em algo assim porém é mais bela verdade.
Quando desço pro buraco do choro eu vou, pego um cantinho e fico mal, na intensidade que a situação merece, com o descontrole e a falta de dignidade que o fato requer. Choro escolhendo alface sem nenhum problema. É necessário. A grande e fantástica diferença é que no passado essas ondas eram ressacas, duravam dias, pioravam com o tempo e hoje não. Incrivelmente não.
Hoje você visita a miséria humana com um vento já te soprando ao ouvido que "já já aquilo não terá importância" , mas a gente tem que viver a tristeza e eu me jogo. Após dois dias, estar assim dá irritação, e sem estar exposta a novas váriaveis perde o sentido permanecer sentindo que o mundo acabou. Agora, no meio campo dos 39, você junta todas as frases que ja te levantaram, consolida e vai se montando.
No final desse processo que envolve música, espelho e abertura ao mundo quer te dar, aparecerá a fenix. Chega até a gente um desejo louco de mudar cabelo, casa, cor de batom e aí a energia volta a circular e o alivio nasce. É muito bom.
Na minha viagem do tempo eu diria isso a mim mesma. Acho que para qualquer uma delas, uma coisa seria verdade: a convicção de me ver tão melhor emocionalmete aos 39 já daria um super alivio e com certeza o choro iria se findar.
Agora levanta daí, vai se arrumar até olhar ao espelho e sentir-se "bonitona e vá brilhar.
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